ECCE HOMO NIETZSCHE



 

    Incauto, escrevi uma primeira parte (1), seguida de uma segunda (2), à medida que ia lendo.


    (2)
        

    Após a leitura daqueles primeiros capítulos, dei-me com o sublime: Sempre, sempre inesperado.

    Eis o homem? Eis Nietzsche. Eis que a claridade se enunciou/anunciou. Eis Nietzsche? Eis uma vida. E de tudo o que a vida tem de transitório? Eis o que não tem.


    (1)

    Primeiras considerações sobre Ecce Homo:

    Nietzsche, nos primeiros capítulos de Ecce Homo, de títulos "Porque Sou Tão Sábio" e "Porque Sou Tão Sagaz", fazem-me lembrar a toada desta entrada de diário de Dali (um livro que não faço ideia de como me calhou em casa) que diz, sei lá por que palavras, que naquele dia Dali teria defecado fezes numa forma semelhante à de um rinoceronte, sugerindo que também ele, Dali, e não podia ser doutra forma, tinha a vitalidade de um rinoceronte, numa relação estranha entre o produtor de cocó e o cocó produzido, ficando maravilhado consigo, cheio de orgulho, "Que rinoceronte que eu sou!". 

    Sustentando a comparação, no caso de Nietzsche, o cocó-rinoceronte é o texto e ele o prodígio que o fez, dizendo de coisas miseravelmente triviais, como o que come, como se deve ler, do que se deve gostar, tenta com isso colar que, mesmo no mundano, Nietzsche é grande. A abstracção é um bocado maior, mas blá-blá-blá, whiskas saquetas, vai tudo dar, na minha cabeça, ao maravilhamento de Dali com o seu cocó-rinoceronte. Dali disse-o numa linha, Nietzsche vai em 40 páginas. 

    No capítulo que se segue, "Porque Escrevo Tão Bons Livros", não se percebe qualquer fundamento do título para com o que se pode ler. 

   Assaltou-me também uma comparação entre Nietzsche com Donald Trump, quanto ao uso excessivo deste último da palavra "big", querendo forçosa e desesperadamente que não tomemos alguma parte de si como pequena. 

    Seguem-se agora as considerações de Nietzsche sobre os seus escritos, de que já dou conta.  


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Carta de José Maria À Sua Amada Joana

O Inglês Quer Estar