Mãe
Farão mal as coisas do coração ao coração? Se sim, toma alguma coisa que te acalme, mãe.
A minha mãe não se lembra de que quando se almoça vamos "almoçar", porque lhe lembra o jantar, mas não diz do jantar que se vai almoçar, porque a minha mãe janta duas vezes, e janta duas vezes porque é feita de noite e é da noite jantar, embora por vezes, quando tem mesmo de ser, se lembre de fazer um almoço, mas tem que ser um almoço-ajantarado.
A minha mãe não se lembra do nome das coisas que quer nomear, por isso diz que são "coisas" as coisas que quer nomear, porque a minha mãe lembra-se primeiramente dos outros antes de nomear o que quer nomear, e pede aos outros ajuda para encontrar o que quer, porque a minha mãe é feita dos outros e é coisa dos outros saberem o que a minha mãe quer: e apenas quer o que os outros querem.
A minha mãe tem a memória dos que vivem no dia e vive para onde o dia a levar, tanto podendo ser aqui ou ali, não lhe importa onde, por isso quando o dia não a leva para onde o dia vai, a minha mãe frustra-se porque é para lá.
A minha mãe é presente. É presente como um manto espesso e quente e floreado nos diz, numa noite fria, que nos aquece.
A minha mãe é materna. É materna como uma mãe que imediatamente nutre o filho quando imediatamente o inteiro que somos se ameaça desabar.
A minha mãe é uma casa. É uma casa que quando se lhe fecha a porta dela o mundo todo à volta desvanece.
A minha mãe é o Natal. É o Natal porque o ama e porque nele se celebra o nascer, e dela esta família nasceu e dela celebramos a vida, na casa que é a minha mãe e que é da minha mãe.
Nisto
A minha mãe acha que não me lembro dela, e eu que só me lembro desde que me lembro de a lembrar.
Sei todos os dias onde a minha mãe está
a minha mãe é o manto espesso e quente e floreado que me cobre todo o presente
e quando vou jantar à hora do almoço um almoço-ajantarado
e vou para onde o dia me leva
e à noite, da noite que sou feito
quando fecho a porta de casa
e todo o mundo à minha volta se desvanece
e sonho com os outros
e espero que me digam o que eu quero
é da minha mãe que sei
porque é da minha mãe que sei ser
e é dela que nasço todos os dias
em todos esses dias
natais
.
A minha mãe não se lembra de que quando se almoça vamos "almoçar", porque lhe lembra o jantar, mas não diz do jantar que se vai almoçar, porque a minha mãe janta duas vezes, e janta duas vezes porque é feita de noite e é da noite jantar, embora por vezes, quando tem mesmo de ser, se lembre de fazer um almoço, mas tem que ser um almoço-ajantarado.
A minha mãe não se lembra do nome das coisas que quer nomear, por isso diz que são "coisas" as coisas que quer nomear, porque a minha mãe lembra-se primeiramente dos outros antes de nomear o que quer nomear, e pede aos outros ajuda para encontrar o que quer, porque a minha mãe é feita dos outros e é coisa dos outros saberem o que a minha mãe quer: e apenas quer o que os outros querem.
A minha mãe tem a memória dos que vivem no dia e vive para onde o dia a levar, tanto podendo ser aqui ou ali, não lhe importa onde, por isso quando o dia não a leva para onde o dia vai, a minha mãe frustra-se porque é para lá.
A minha mãe é presente. É presente como um manto espesso e quente e floreado nos diz, numa noite fria, que nos aquece.
A minha mãe é materna. É materna como uma mãe que imediatamente nutre o filho quando imediatamente o inteiro que somos se ameaça desabar.
A minha mãe é uma casa. É uma casa que quando se lhe fecha a porta dela o mundo todo à volta desvanece.
A minha mãe é o Natal. É o Natal porque o ama e porque nele se celebra o nascer, e dela esta família nasceu e dela celebramos a vida, na casa que é a minha mãe e que é da minha mãe.
Nisto
A minha mãe acha que não me lembro dela, e eu que só me lembro desde que me lembro de a lembrar.
Sei todos os dias onde a minha mãe está
a minha mãe é o manto espesso e quente e floreado que me cobre todo o presente
e quando vou jantar à hora do almoço um almoço-ajantarado
e vou para onde o dia me leva
e à noite, da noite que sou feito
quando fecho a porta de casa
e todo o mundo à minha volta se desvanece
e sonho com os outros
e espero que me digam o que eu quero
é da minha mãe que sei
porque é da minha mãe que sei ser
e é dela que nasço todos os dias
em todos esses dias
natais
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Mãe, sempre, como o Natal.🙏🩷🌷🌿
ResponderEliminarEstou muito agradecida , Tiago ! É vaidosa!
ResponderEliminarA tua mãe é tudo isso e muito mais!!! É tão mas tão importante para todos nós. Querida Isabelinha. E tu também Tiaguinho. Beijinhos da Filipa
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