Blade Runner


    "I've seen things... seen things you little people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion bright as magnesium... I rode on the back decks of a blinker and watched C-beams glitter in the dark near the Tannhäuser Gate. All those moments... they'll be gone... like tears in the rain. Time to die."

    Esta é a fala final de um andróide no filme Blade Runner de que eu muito gosto. Como ele é algo de estranho a um humano, não intuímos isto como vindo de uma pessoa. Mas isto é o final de vida de qualquer pessoa que teve glória e que lamenta que o que viveu se vai perder. Não é a vida senão deixar memória de nós no mundo? Alcançar glória para lá de nós? Não temos todos nós perfeita noção de que a vida é transitória e de que temos de fazer obra? Sejam crianças, construir casas, plantar uma árvore ou simplesmente ser lembrado por quem fomos, seja o que for que demore um pouco mais a desaparecer. 

    E o facto de ele dizer que "vi coisas que vocês pessoínhas não acreditariam", afastando-se dos humanos, e o facto de estas lembranças de glória citadas acima serem fantásticas, no sentido de não conhecermos nada, nem termos visto nada do que é ali descrito, faz com que pareçam artificiais, como o andróide que é de facto artificial, mas o acto em si, a exaltação do que fomos num momento de nos perdermos "como gotas na chuva" e a exaltação que sentimos, provoca uma comunhão entre nós. Humanos. Todos.

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