Maria Reis

 Gosto muito da Maria Reis. Afinidade estética, emocional, musical. Houve um dia em que um amigo meu disse que estava a comportar-me como um fã desmesurado a conhecer uma "estrela" quando houve a oportunidade de a ver e conhecer. Oh, mas as Pega Monstro são grandes. E começa logo pelo nome. Aquele objecto meu de infância que acabava na cara dos amigos e nos tectos das aulas. Como memória de infância é uma memória de alegria. De saudade. De paz. E saltamos para a música. No que fazem, que é música, que é palavra, são grandes. Mostraram-me o poema "O moinho de café/ Mói grãos e faz deles pó/ O pó que a minha alma é/ Moeu quem me deixou só" de Fernando Pessoa tão bem musicado. 

Mais do que tudo isto, sei que gosto dela sem que ela goste de mim. E nisto comporto-me como qualquer fã. Ah, mas eu acho que gosto dela de maneira diferente. Gosto porque no momento em que ela é grande, só eu me apercebo de que está a ser grande, e é um momento nosso, embora seja só meu, mas nosso, porque quando o fez, fê-lo na esperança de ser nosso, embora só o ouvinte saiba que é nosso, porque só ele significa o que é para os dois. A Maria não faz nenhuma ideia de quem sou eu, mas eu sei quem ela é. A Maria não faz ideia de que eu sei que foi grande na música "Sensação" ao acabar com aquele vocal "À porta das almas, Santas/ Bate Deus a toda a hora". Só eu sei pelos dois. 

Estou com muita dificuldade em não tornar isto num texto simplesmente de aficcionado da Maria. A Maria, como qualquer um de nós, disse ser quem é, mas disse-o a muitos de nós. Aconteceu que a ouvi. 

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