Vertigo (de Alfred Hitchcock)
Revi este filme há uns anos na esplanada da Cinemateca. Uns idiotas riam-se, achavam a música piegas, tudo piegas. Irritou-me solenemente.
Não entender a fragilidade da personagem central deste filme é não perceber a nossa própria fragilidade. E não perceber isto é não perceber nada.
Um homem apaixona-se. Um homem perde em circunstâncias tenebrosas a amada. O homem tem uma segunda oportunidade. E desta vez ela morre de facto. Quantas vezes numa vida podemos renascer de situações destas? Poucas. Acontece-lhe um milagre. E depois o milagre é-lhe sonegado. É a maior das tragédias.
E a música, que aqueles idiotas acharam piegas, é, para aqueles que acompanham a história de facto, apenas as notas do sentimento desbragado, do que tem de invisível, do que roda no coração, do que se irradia quando estamos apaixonados.
Comentários
Enviar um comentário
Não é preciso dar e-mail. O comentador pode ser anónimo.