Liberdade. Conjunta.

 Há nisto de conceder liberdade um grande altruísmo. Acho mesmo que só um grande libertário concede liberdade antes de requisitar a sua. Falo de um amigo próximo que requisita sempre a liberdade do outro agir como deseja em prol do seu desejo. Desejo esse que é não ter desejo. Desejo esse que é assomar-se no do outro. Podia ser a anulação de si próprio, mas não se trata disso. É mais adentro, é querer encontrar no outro o desejo que julga não ter. Esta vontade só encontro neste meu amigo. Nunca encontrei noutra gente. Passa o ridículo de não decidir nada sempre para o outro decidir o que acha que ele quer quando lhe é perguntado o que ele quer decidir. É complicado. Anula-se. Mas nisto! Cria-se qualquer coisa de novo. Liberdade. Conjunta.

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