Leah
A minha sobrinha é linda. A minha sobrinha é maravilha.
Eu amo a minha sobrinha inteiramente. Sou mais inteiro porque ela existe. Sou mais eu. Sou mais cá. Sou mais em mim. Sou mais dos outros.
Se conhecerem o poema do rio da minha aldeia do Pessoa, então sabem que a minha sobrinha é como o rio da minha aldeia e que o Tejo para mim pouco importa.
A minha sobrinha brinca. E palra, melhor, palavra feia aquela, ela canta. E é linda, já disse?
A minha sobrinha é ternura. Vêem-se guerras, notícias escabrosas, e ela sorri e é só ternura.
A ternura da minha sobrinha é misteriosa porque não depende de nada e encerra o grande mistério de não ter nenhuma razão para isso. Claro, e dizem bem, que é das coisas quando têm mistério parecerem ter razões ocultas que não conseguimos discernir. Mas há maior mistério ser só ternura e não ter razão nenhuma para isso? Ser o que é?
A minha sobrinha cresce. Quando nasceu, nasceu pequena. E era a coisa mais frágil e terna. E agora está maior, porque neste dia de solstício de Inverno a minha sobrinha completa quatro meses, e está menos frágil, ainda que frágil, e continua terna, que já o era.
A minha sobrinha dá vontade de chorar no reverso quando sorri porque se a vontade é a de chorar inteiramente, não conseguimos senão sorrir plenamente. E não há tristeza nenhuma, não me entendam mal, porque justamente não há alegria maior que a alegria que quer chorar.
Ela faz muitos sons alegres, e quando os faz, invade-nos uma alegria sublime e terna, e o sorriso é imediato, e tudo imediatamente é sorriso e alegria.
A minha sobrinha gosta de empurrar coisas como brinquedos. Gosta de brinquedos coloridos, e quando a vejo brincar com os brinquedos muito coloridos dela, com a sua pela rosinha, as suas roupas de cores tranquilas, e os seus brinquedos de tantas cores, sinto mesmo que o mundo mudou e que é como se agora fosse rosa a cor do céu, que às vezes até acontece ser e faz as pessoas espantarem-se quando acontece ser, e também que o mundo é um gigante brinquedo e que então posso brincar, como ela.
E as pessoas juntam-se. E tudo está mais junto.
Eu amo a minha sobrinha inteiramente. Sou mais inteiro porque ela existe. Sou mais eu. Sou mais cá. Sou mais em mim. Sou mais dos outros.
Se conhecerem o poema do rio da minha aldeia do Pessoa, então sabem que a minha sobrinha é como o rio da minha aldeia e que o Tejo para mim pouco importa.
A minha sobrinha brinca. E palra, melhor, palavra feia aquela, ela canta. E é linda, já disse?
A minha sobrinha é ternura. Vêem-se guerras, notícias escabrosas, e ela sorri e é só ternura.
A ternura da minha sobrinha é misteriosa porque não depende de nada e encerra o grande mistério de não ter nenhuma razão para isso. Claro, e dizem bem, que é das coisas quando têm mistério parecerem ter razões ocultas que não conseguimos discernir. Mas há maior mistério ser só ternura e não ter razão nenhuma para isso? Ser o que é?
A minha sobrinha cresce. Quando nasceu, nasceu pequena. E era a coisa mais frágil e terna. E agora está maior, porque neste dia de solstício de Inverno a minha sobrinha completa quatro meses, e está menos frágil, ainda que frágil, e continua terna, que já o era.
A minha sobrinha dá vontade de chorar no reverso quando sorri porque se a vontade é a de chorar inteiramente, não conseguimos senão sorrir plenamente. E não há tristeza nenhuma, não me entendam mal, porque justamente não há alegria maior que a alegria que quer chorar.
Ela faz muitos sons alegres, e quando os faz, invade-nos uma alegria sublime e terna, e o sorriso é imediato, e tudo imediatamente é sorriso e alegria.
A minha sobrinha gosta de empurrar coisas como brinquedos. Gosta de brinquedos coloridos, e quando a vejo brincar com os brinquedos muito coloridos dela, com a sua pela rosinha, as suas roupas de cores tranquilas, e os seus brinquedos de tantas cores, sinto mesmo que o mundo mudou e que é como se agora fosse rosa a cor do céu, que às vezes até acontece ser e faz as pessoas espantarem-se quando acontece ser, e também que o mundo é um gigante brinquedo e que então posso brincar, como ela.
E as pessoas juntam-se. E tudo está mais junto.
É linda a Leah. E o Mundo é mais mundo e maravilha.

Tiago ,que maravilha ! Isto é poesia!
ResponderEliminar