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Amor, ausência e Paris, no Texas

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 Li algures que nunca alguém será tão amado quanto será lamentada a sua ausência. Pensei no filme "Paris, Texas" como exemplo disso. Não revi o filme para dizer isto. Parece-me, do que me lembro, que a pessoa amada, Natassja Kinski, é vítima de um ciúme horrendo que nos diz que mesmo enquanto se amam a ausência se pode tornar insuportável e maior do que a própria fruição do amor. A ausência dela para ele é insuportável e leva-o a uma vida de indigência. No final do filme, percebe que o problema sempre foi a maneira dele de amar e retira-se da equação. Parece que o tempo que passou a deambular pelo deserto, como o vemos no início do filme, serviram-lhe para essa revelação.  Mas se a ausência é maior do que a presença, é sobretudo porque temos memória da presença. É sempre a presença, é sempre o corpo, é sempre a imanência. E é engraçado como a memória nos serve, de como ela se torna carne, porque mesmo que já não nos lembremos de nada do que nos faz sofrer, sofremos já indepen