Capitalismo
Numa noite de poesia, num sítio pretensioso, alguém se levantou para dizer um poema.
Não era um poema que se esperasse.
Era A Cabritinha do Quim Barreiros. E disse.
E nada foi conseguido. Nada foi ridicularizado. Ninguém se sentiu insultado. Ninguém enfiou carapuça nenhuma.
Porque, enfim, qual ridículo? Qual insulto? Qual carapuça?
Como qualquer coisa imune à subversão, incorporada a subversão no seu sistema, nada a destrói.
A meio, no poema, fraquejava, mas leu-o.
No fim, no refrão, foi acompanhado em uníssono pela plateia.
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