Lá fora as árvores resfolegam

 

Lá fora as árvores resfolegam

Volto a este verso que já escrevi porque o vento é muito lá fora

As árvores parecem como cavalos que não querem ser domados

E o vento o espírito que as move

E porque o dia parece que se repete

 

O céu que está cinzento e escuro

Que está a prometer chuva

Mas que não se esvai

Parece como eu em suspenso

 

Há dias que suspiro por sol

Céu azul

Praia que não vi

Coisas que não vivi

 

Luz, azul, vida, a calma do mar a chegar à praia

 

Eu e o céu em suspenso

À espera de que água venha

Limpar 

Sarar

Alimentar

 

Li algures que se colhe o trigo também agora

É ainda só promessa de alimento 

E o céu só promessa de chuva

E o vento o meu espírito

E as árvores falam por mim 


Agora que escrevi tudo isto

Quero praguejar no verso seguinte

Quero escrever o que quero fazer ou quero fazê-lo no verso?

Mandar tudo à fava, este texto, o verso, comigo dentro: numa coisa menos própria.

 

Sublimar-me e ao céu e ao trigo não era bem o que eu queria

Queria mesmo sim, sair destes versos

Ter o que me alimentar

Que o céu caísse em si

Que as árvores se acalmassem

Porque também eu

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