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Lave

A palavra amor deve ser usada com parcimónia. A palavra love deve ser igualmente usada com parcimónia. Não devemos achar que por estar mascarada a palavra de estrangeirismo que mereça menos. Até porque em inglês até parece uma ordem. Foi assim que vi plasmada numa parede com passarinhos por cima e em tom de rosa a palavra love num bar. Coisa que muito me chateou. Até porque naquele momento o que mais me apetecia era odiar. Odiar a pessoa que teve a ideia de fazer aquilo. Porque é reservado à pessoa a altura em que ama, em que desama, porque essas alturas são delas, e ninguém tem dúvidas de que é bom amar, mas sem dúvida que quem ama sabe reservar para si momentos em que desama. Só a pessoa que tem noção do comum sabe o que tem de extraordinário um milagre. O ordinário não é amar. É muita coisa, mas não é amar. Vai mandar amar a tua tia.

Cigarros

Num cigarro temos todos os condimentos para uma boa vida. Controlamos quando morremos um pouco. Controlamos, claro, freando a morte contida num cigarro, quando vivemos. Só sei viver com este travão.      

Músicas Que Marcam o Passo

Às vezes, vivo à boleia de uma música durante dias, semanas. Às vezes é uma rapariga que ma traz, às vezes é alguma coisa de nada. Há aquelas músicas de sempre que nunca enjoam. Mas! As músicas que marcam o passo têm outra coisa. Quando as descobrimos ainda não sabemos que o são. E quando o são tornam o acordar mais fácil. Tudo mais fácil. Às vezes sonho quando oiço uma música assim que o mundo a vive comigo por osmose. Benditos phones, invenção maravilhosa. Quantos de nós vêem no passo de uma rapariga uma jinga diferente porque estão a ouvir a Rock & Roll dos Velvet Underground quando o sol brilha e o autocarro nos leva a um sítio inevitavelmente longe de para onde queremos ir? Estamos numa praia qualquer de azul e amarelo. E esperar pela noite, como esperei, para ouvi-la novamente, à música. E escrever certo de que tudo isto é passageiro. E de que é bom que o seja. Porque é bom porque o é.     Às vezes apetece-me engolir o mundo, tal é a voracidade.

Se uma formiga falasse

A minha casa de agora mais parece no topo de uma montanha. E não é que é? Lisboa tem montanhas? São montanhas as montanhas de Lisboa? Então vivo numa montanha.  Vivo numa casa numa montanha cercada de árvores. E não é que vivo? Lisboa tem montanhas com árvores? São árvores as árvores de Lisboa? Então vivo numa montanha com árvores.  E nessa montanha respiro como nunca respirei porque o vento entra-me pela boca adentro. Lisboa tem vento? É vento o vento de Lisboa? Então respiro como nunca respirei. Volto ao que me trouxe aqui. (Lá fora as árvores resfolegam). TInha um amigo de infância mudo. No silêncio a que me acostumava, havia qualquer coisa de inquietante e de inquieto. Um insecto mudo. Uma formiga muda. Que pára. Não, a formiga nunca pára. Mas se parasse. Se parasse e olhasse para mim. Então eu no aspecto dela encontraria o que me inquietasse.  E a mudez dela eu tomo-a como certa. Mas se falasse. Mas se nunca antes tivesse falado. Mas que pudesse falar. Então essa formiga seria com

  Li numa crónica de Bénard da Costa uma ideia que me ficou demasiado redonda na cabeça e demasiado simples: a de que Deus é terrível por ser tão pouco humanamente entendível, foi assim tão pouco complexa que me ficou na cabeça. O texto era um pouco mais do que isto. Havia ainda outra ideia, que simples me ficou, de que o sofrimento humano é muito humano, e que não encontra explicação nas razões divinas. Quis depois saber porque me pareceram estas duas ideias tão fortes. Há o óbvio chutar para canto, que é tão simples como dizer que Deus é insondável, que não se rege pelas nossas razões. E atacando Deus como terrível, defende-se também do ataque as outras qualidades que atribuímos a Deus. Como dizia a minha avó "É mau como as cobras, mas tem bom coração". O que diz isto da minha avó é que também ela atacava de quem gostava, para poder depois gostar dessa pessoa à vontade. Entrava de estalada para depois defender de fazerem mal ao atacado. E que diz isto da minha avó e de Béna

Capitalismo

Numa noite de poesia, num sítio pretensioso, alguém se levantou para dizer um poema.  Não era um poema que se esperasse.  Era A Cabritinha do Quim Barreiros. E disse.  E nada foi conseguido. Nada foi ridicularizado. Ninguém se sentiu insultado. Ninguém enfiou carapuça nenhuma.  Porque, enfim, qual ridículo? Qual insulto? Qual carapuça? Como qualquer coisa imune à subversão, incorporada a subversão no seu sistema, nada a destrói. A meio, no poema, fraquejava, mas leu-o. No fim, no refrão, foi acompanhado em uníssono pela plateia.

Uma ameixoeira de flor branca

Ser conservador ou ser coisa alguma. Ser da casa ou ser da rua.  Ser daqui ou de lado nenhum. Escolho decididamente  a ignorância de não querer saber  mais do que o que floriu no meu quintal. Escolho  decididamente  ser pela aparente fixação do olhar  do que aspirar a absorver a impermanência. Quero dizer  aos que fogem que a prisão das suas casas continua em qualquer lado. Quero dizer  aos que fogem  que a cela de portas abertas  precisa de ser destruída. E nisto tudo  há uma tristeza permanente  à porta da minha casa porque ninguém fugiu  ninguém destruiu e dizem-me que encontraram agora  chão de betão armado onde vi florir ainda há pouco  uma ameixoeira de fruto amarelo.

Glória

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Quis ser grande. Para seres grande sê inteiro, diz o outro, a besta metafísica. Pergunto-me: Como Jesus? Como ninguém nunca foi, julgo ouvir o outro, a besta metafísica. Como nunca eu fui? Inaudito, como se nunca houvesse soado e, no entanto, familiar. Para quem? Para os vindouros. Somente para os vindouros.

O Inglês Quer Estar

  Esplanada de Campo de Ourique gerida por duas francesas. Estou eu em meditações sobre nunca ter pedido nenhuma Lisboa assim. Mal saí de Portugal. Sabia onde queria estar. Gostava desta cidade. Gostava quando não era polida. Quando não sabia receber. Quando era portuguesa. Nisto chega uma dondoca de meia-idade de Campo de Ourique ao café. Pede um gelado. Para a mãe. Tem um cão com ela. Chama-se Prego. Tudo isto sei pela interacção que tem com um rapaz que também tem um cão. Cachorro. Vai ficar cá. Porque é francês e porque o cão é cachorro.   A senhora diz que o cão é mau mas que com este se dá bem. Diz que estranhamente. À minha frente tenho um senhor inglês curioso que pede a ementa toda.   Sei que está de passagem, porque também comprou uma camisa que só compram as pessoas de passagem e porque pede a ementa toda. Sei que é curioso porque lhe despertei a curiosidade. Ele também me desperta a mim. Ele é um típico english man velho. Tem um chapéu que um inglês usaria em Espanha, no ca

Quando Tinha Boas Notas

Quando o meu pai estudava comigo Eu tinha boas notas E quando o meu pai estudava comigo A televisão estava ligada. Quando o meu pai estudava comigo Eu tinha boas notas Porque a televisão estava ligada  E o meu pai não se importava. Era frequente quando o meu pai estudava comigo Distrair-me para ficar fascinado com as imagens da televisão O meu pai pedia atenção e eu voltava ao estudo E por isso tinha boas notas. Lembro-me como se fosse ontem Da candura do meu pai Quando estudava comigo Para que eu tivesse boas notas. Agora falamos ao telefone Sobre a actualidade E o meu pai candidamente Estuda comigo a realidade. E quando está mais doente E não pode falar ao telefone Pergunto-me se ontem terá sido a última vez Em que tenhamos estudado alguma coisa juntos.

Poema ao Jeito da Adília Lopes

Quem está mal mude-se. Dizem frequentemente os maus.

Pessoa Fernando

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  Não sou nada Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Fernando Pessoa Não sou tudo. Nunca serei tudo. Não posso querer ser tudo. À parte isso, tenho em mim todos os medos do mundo. Pessoa Fernando

Sobre psicoterapia

Sabe um elefante que é magnânimo? Sabe um leão que é feroz? Sabe uma formiga que é trabalhadora? Sabem sê-lo e por isso são-no ou são-no-lo simplesmente? Posso eu ser mais do que eu próprio? Posso saber eu quem sou e mudar quem sou mediante a minha vontade? Posso eu ter noção de quem eu sou porque me posso ver no reflexo de um lago? Ou no reflexo dos olhos do outro?  Estas são as questões de quem embarca por uma terapia. E a resposta que pretendemos dar a todas estas questões é sempre a mesma: Sim. Saber o que somos ajuda-nos a não limitarmo-nos ao que repetimos involuntariamente. Ajuda-nos a não ser involuntários. Não sendo involuntário, é consciente. Sendo consciente, é alterável.  

M

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Olhei para mim mesmo e vi abismo Vi glória ao virar da esquina Vi qualquer coisa que me escapa Porque o sou e não penso que o sou Vi-me a mim e vi-me triste Porque sou triste se não Sou ao mesmo tempo que me vejo Porque não sou o que sou para os outros O que sou é bom de ser para os outros E tenho pena de não me ter para mim Quando me vejo a mim a olhar para mim triste E ter alguém que não eu  A dizer que gosta muito de mim E nesse momento ser pleno Porque te tenho a ti.

Miradouro da Peninha

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Miradouro da Peninha e o céu confundia-se com a terra O mar era céu e o céu era mar. Era tudo cheio, tudo pleno, tudo em completude. Miradouro da Peninha, o céu confundia-se com a terra e eu cheio de pena Porque não te tinha a ti

Maria Reis

 Gosto muito da Maria Reis. Afinidade estética, emocional, musical. Houve um dia em que um amigo meu disse que me estava a comportar como um fã desmesurado a conhecer uma "estrela" quando houve a oportunidade de a ver e conhecer. Oh, mas as Pega Monstro são grandes. E começa logo pelo nome. Aquele objecto meu de infância que acabava na cara dos amigos e nos tectos das aulas. Como memória de infância é uma memória de alegria. De saudade. De paz. E saltamos para a música. No que fazem, que é música, que é palavra, são grandes. Mostraram-me o poema "O moinho de café/ Mói grãos e faz deles pó/ O pó que a minha alma é/ Moeu quem me deixou só" de Fernando Pessoa tão bem musicado.  Mais do que tudo isto, sei que gosto dela sem que ela goste de mim. E nisto comporto-me como qualquer fã. Ah, mas eu acho que gosto dela de maneira diferente. Gosto porque no momento em que ela é grande, só eu me apercebo de que está a ser grande, e é um momento nosso, embora seja só meu, mas no

Será este texto à moda da Adília Lopes

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 Pensei nesta ideia: É preciso ensaiar ser-se ridículo para se saber ser sério. E pensei na Adília Lopes, como se fosse uma coisa que dissesse, mas depois de reflectido, não parecia. Depois pensei melhor: fosse ela a dizê-lo, como diria? E comecei a escrever o seguinte poema: Saí à rua e desci a Avenida de Liberdade a 24 de Abril. Dormi bem nesse dia. Acordei no dia seguinte e comi amoras, porque são boas. Liguei a televisão e estava muita gente a descer a Avenida da Liberdade. Saí imediatamente à rua, para comprar mais amoras. Dormi bem nesse dia, segura de que teria amoras no dia seguinte. Depois, acordei e fui ao supermercado e às lojas e aos cafés, para ver se toda a gente tinha comprado e comido amoras, porque são boas. Não reparei numa procura anormal pelas amoras.  Agora que concretizei o poema a pensar na Adília Lopes, penso que a única coisa que queria era escrever um poema à laia da Adília Lopes, e que a ideia inicial que me fez pensar nela, nada tinha que ver com ela, mas qu

Marvin Gaye

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Para os tristes com a vida, para os que dançam na penumbra, para os que dançam sozinhos mas nunca com gente, para os que dançam só quando a pista de dança está vazia, para os que dançam por dentro, fervilham e afogam a vontade num copo, para todos que são uma só pessoa, deixo esta música: I used to go out to parties, and stand around 'Cause I was too nervous, to really get down But my body yearned to be free I got up on the floor, somebody could choose me No more standin' there beside the walls Finally got myself together, baby, and I'm havin' a ball Long as you're groovin', there's always a chance Somebody watchin' might wanna make romance Move your body, ooh baby, you dance all night To the groove and feel alright Everybody's groovin' on like a fool But if you see me, spread out and let me in Baby, just party high and low Let me step into your erotic zone Move it up, turn it 'round Ooo, shake it down Oww, you can love me when you want to, b

I Came to Your Party Dressed As A Shadow - Piano Magic

Vim à tua festa vestida de sombra Sem tu nunca saberes, nunca soubeste Deslizei pelos corredores como uma onda de veludo Tão calada quanto um palco vazio Escureci-te os olhos e roubei-te a luz do copo Mas ao raiar da manhã queda e fria Espraiei-me como um papagaio-de-morte na tua relva Vim à tua festa vestida de sombra Sem ser convidada, sem um motivo Arrumei a três ruas da lua A caminhada doce até tua casa num fio prateado Dançavas no jardim ao ritmo de uma lata Furtiva deslizei pelas notas Remetendo-as para a madrugada Isto é sintomático de nós os dois: Tenho cheios frascos do teu hálito Tenho conchas das tuas palavras Mas tu não tens nada meu Senão um espaço onde eu ficaria Tradução de letra da música I Came to Your Party Dressed As A Shadow dos Piano Magic

O Ventura é ditador

A coisa que mais me deu asco que o Ventura disse pode ser uma surpresa para alguns, já que ele prima por aí. A coisa que mais me deu asco foi ele ter descrito a pessoa que recebe este subsídio como a pessoa que o gasta em uísque e tabaco e drogas, como se fosse uma coisa reprovável e sobre a qual se queira ter controlo. E a coisa que mais me deu asco não tem nada a ver com ser a favor ou contra gastar o dinheiro que se recebe em uísque ou tabaco ou drogas, tem a ver com alguém querer limitar a liberdade de alguém gastar o dinheiro que tem em seja o que for o que lhe dá na real veneta. Isto deve enfurecer qualquer pessoa. Penso, como oposição a isto, no filme de João César Monteiro, em que a personagem João de Deus, ao receber uma quantia choruda oferecida por um louco, que, por ser em dinheiro vivo, torna-se a maquia ainda mais pujante, diz, sinceramente e malandro, que a vai gastar mal gasta. Engraçado que nunca até hoje tinha pensado nisto como mais do que uma piada. E no filme é o q

Blade Runner

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    "I've seen things... seen things you little people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion bright as magnesium... I rode on the back decks of a blinker and watched C-beams glitter in the dark near the Tannhäuser Gate. All those moments... they'll be gone... like tears in the rain. Time to die."     Esta é a fala final de um andróide no filme Blade Runner de que eu muito gosto. Como ele é algo de estranho a um humano, não intuímos isto como vindo de uma pessoa. Mas isto é o final de vida de qualquer pessoa que teve glória e que lamenta que o que viveu se vai perder. Não é a vida senão deixar memória de nós no mundo? Alcançar glória para lá de nós? Não temos todos nós perfeita noção de que a vida é transitória e de que temos de fazer obra? Sejam crianças, construir casas, plantar uma árvore ou simplesmente ser lembrado por quem fomos, seja o que for que demore um pouco mais a desaparecer.      E o facto de dizer "vi coisas que vocês

Zorba, O Grego

     Passa-se numa ilha, Creta, em que os intervenientes são bem demarcados, o povo comporta-se como povo estanque, comportamentos em uníssono sempre. Só umas poucas personagens são caracterizadas. O terreno é árido. Tudo ali tem pouca vida. E o mar que circunda a ilha asfixia o espectador. Zorba, o grego, podia estar ali como podia estar em qualquer sítio, porque vai aonde a vida o leva. O inglês que lá vai, vai porque não importa onde está, nunca vive lugar nenhum. O inglês não vive. Vive na redoma em que os livros o cobrem. Zorba tira-lhe os olhos dos livros. E tentam um feito em conjunto.      Com este filme, não é suposto passar-se um bom bocado. Como digo, tudo é árido. Não há nada verde. Nem as árvores são verdes. Tudo está sempre quente. O que o filme quer dizer talvez seja que a vida é árida e que enquanto vamos em direcção ao fim, que arrisquemos viver, que arrisquemos tentar. Mesmo que falhemos. Tentar de novo. Que não nos resta senão tentar. Uma e outra vez. Que a vida não

OH, FADO! SO NICE

Engraçado isto. Até há pouco tempo, uma tez como a minha era suficiente para afastar um alemão, um inglês, um americano, etc. Um “pástéle de bacálau”, num esforço heróico de ajustamento vocal à língua do estrangeiro, dito a um deles pelo tasqueiro quando lhe perguntava o que era apontando para o pastel, bastava para afastar qualquer tipo de esperança de vir a comunicar por terras lusas. Era insuficiente para afastar outros que se estavam a lixar para isso, que só queriam tentar a sorte, mas esses não vinham, porque não haviam os alemães, os ingleses, os americanos. Neste momento, a minha tez não é suficiente para os afastar, porque não vêm sozinhos. A minha língua pouco importa porque inglês é a língua franca. Vêm apesar de mim. E nisto está o lisboeta, agrilhoado à solta, como num safari. Os animais do safari sabem que estão num safari? Ou chamam-lhe natureza? Mas não é a natureza. É um safari. A história é escrita pelos vencedores. E nós, lisboetas, já não mandamos em nada nesta cida

Um Homem Tranquilo - John Ford

     É muito estranho que este filme tenha sido feito. E é estranho não porque é antigo, não porque é datado, o filme não tem um senão: é tão estranho assim porque nos afastámos tanto de um mundo em que filmes destes existam e sejam feitos e também porque não parece o seguimento da História. Seja do cinema, seja dos costumes, seja do que for que este mundo é e que este representado no filme não tem.      O antónimo de mundo é imundo. E neste filme é tão claro que este do filme é um verdadeiro mundo, impoluto, casto mesmo no vício e na errância.       O filme começa por um homem regredido à infância. E volta a casa. E depois eles vêem-se.      Mary Kate precisa de um homem, um lar, filhos para estar completa. Sean precisa do mesmo e, assim que chega, Sean compra uma casa, e, assim que chega, vê a mulher que irá ser a mulher da sua vida, mãe dos seus filhos. Sean pensa que está tudo feito. Mary Kate sabe bem que não é assim. O que se segue a isto é todo um desenrolar de atribulações que
O dia de hoje é cinzento Como podia não ser? Tem cravado um lamento E uma mãe manda chover Oh, Nohinha... A quem o evoca A lágrima boa Logo convoca  E da vista coa Não há sol  Não há Noah Há só sal Que abençoa